Trilhos
PR III: Trilho Castrejo

O “Trilho Castrejo” inicia na vila de Castro Laboreiro, no cruzamento da Igreja (junto ao painel informativo). Desenvolve-se pelos antigos caminhos que remontam à idade média dos quais restam algumas antigas pedras de calçada e pontes de arco que ligavam as Brandas às Inverneiras.
Estes núcleos populacionais constituem uma forma única de ocupação do território. As brandas são aldeias que estão em terras elevadas e soalheiras, mais adequadas para o tempo quente; e as Inverneiras constituem povoações que estão em vales abrigados e que permitiam aos Castrejos protegerem-se dos rigores atmosféricos do inverno na montanha. São caminhos repletos de história e de uma riqueza natural deslumbrante. Umas vezes cruzam-se frondosos bosques de carvalho; outras vezes matos rasteiros e floridos e, ainda, galerias ripícolas biodiversas. Percorre-se um território em que a ocupação humana se fez em estreita harmonia com o meio, o que modernamente se designa por “desenvolvimento sustentável”, mas que há muito é a forma de ser e de estar das populações castrejas na sua relação com a Montanha e a Natureza.
Destaca-se um importante património cultural do qual é bom exemplo a ponte da Cava da Velha (B) (Monumento Nacional), o moinho, ponte e Capela de S. Braz. Junto desta última o moinho de água, utilizado no passado de forma engenhosa para moer os cereais, enriquecem ainda mais a paisagem. Ainda merecedora de atenção é a formação geológica designada “Bico de Patelo” (C). Os afloramentos graníticos constituem, também, uma imagem forte desta paisagem de montanha.
Fauna: Cabra montesa (Capra Pyrenaica), Melro d’água (Cinclus cinclus), Lagartixa-do-mato (Psammodromus algirus).
Flora: Medronheiro (Arbutus unedo), Madressilva (Lonicera periclymenum), Raiz divina (Armeria humilis).
Ponto de partida: Vila – Castro Laboreiro 42°01’49.9″N 8°09’33.6″W
Ponto de chegada: Vila – Castro Laboreiro 42°01’49.9″N 8°09’33.6″W
Distância: 16,7 Km – Circular
Duração a pé: 06h00
Duração a cavalo: —
Duração de bicicleta: —
Dificuldade: IV – difícil
Altitude Máxima: 1119m
Altitude Mínima: 749m
Desnível positivo acumulado: 839m
PR V: Megalitismo

Este percurso desenvolve-se a partir da vila de Castro Laboreiro em direção à Branda do Rodeiro. Um percurso que permite “viajar” pelo planalto castrejo, um território que guarda, até hoje, marcantes vestígios do passado.
Ao embrenhar-se no planalto que se desenvolve na serra do Laboreiro até à chamada “raia seca”, linha de fronteira com a Galiza, encontra-se um espaço sagrado pré-histórico testemunhado na paisagem pelos dólmenes ou antas que se encontram agrupados em núcleos relativamente restritos, formando uma grande Necrópole, o que indica a importância coletiva e simbólica deste lugar. A Necrópole Megalítica data do Neolítico Médio/ Final até à Idade do Bronze e é uma das maiores e mais importantes da Península Ibérica. Os restantes monumentos espalham-se por uma área de cerca de 50 km2, a uma altitude superior a 1100 metros e, graças a esta localização, apresentam-se em boas condições de conservação. A maior parte das mamoas conserva ainda o dólmen megalítico. O núcleo do Alto da Portela do Pau (A) é o único desta extensa área que foi objeto de investigação arqueológica. Fruto da intervenção, um dos monumentos foi parcialmente reconstituído para visitação. Uma particularidade são os motivos gravados e ténues vestígios de pintura nos esteios ainda visíveis. O monumento com maior destaque neste local é a Mota Grande, sendo esta a maior mamoa do planalto, já em território galego.
Este património cultural convive harmoniosamente com um outro tesouro do património natural, as Turfeiras Atlânticas (B) que só podem ser encontradas em zonas de montanha acima dos 800 metros e em zonas encharcadas. Outrora abundantes, hoje, são um habitat raro em Portugal, mas com enorme importância ecológica. O Percurso prolonga-se até outras Brandas e passa já por algumas inverneiras, para encontrar o caminho de regresso ao ponto de partida.
Fauna: Tartaranhão caçador (Circus pygargus), Cartaxo Nortenho (Saxicola rubetra), Lobo Ibérico (Canis lupus signatus).
Flora: Bolas-de-algodão (Eriophorum Angustifolium), Orvalhinha (Drosera rotundifólia), Erva-Loira-de-Melgaço (Senecio legionensis).
Ponto de partida: Vila – Castro Laboreiro 42°01’49.9″N 8°09’33.6″W
Ponto de chegada: Vila – Castro Laboreiro 42°01’49.9″N 8°09’33.6″W
Distância: 25,7 Km – Circular
Duração a pé: 07h30
Duração a cavalo: 02h30
Duração de bicicleta: 03h15
Dificuldade: IV – difícil
Altitude Máxima: 1274m
Altitude Mínima: 884m
Desnível positivo acumulado: 682m